terça-feira, 24 de janeiro de 2012

BURRO EM ABUNDÂNCIA

Amigo fui a um cartório
Na cidade de Resende
Foi mais triste que velório
Quando nem vela se acende
Indaguei (como um anônimo)
Pra registrar um pseudônimo
Se aquele cartório atende

O rapaz que me atendeu
Levou um susto danado
Disse que não entendeu
Olhou pra trás e pro lado
Coçou a cabeça e o nariz
E eu acho que por um triz
Não foi ao chão desmaiado

Falei então: Meu amigo,
Eu só quero registrar
E ele: Concordo consigo
Só precisa me informar
Qual o nome da criança
Tenha toda confiança
Que nós vamos silenciar

- Só quero, amigo, saber
Como registro um pseudônimo
(escrevi pra ele ler)
E ele buscava um sinônimo
- o que o senhor quer é nome?
Falei: Não, nem sobrenome
Você já vai entender

Ele disse, ah, eu já sei
É quando o nome é igual!
Também não é, eu falei,
Com paciência total
Falei, não, isso é homônimo
Mas o que eu quero é pseudônimo
Nome fictício, irreal...

Tomado de outro espanto
Perguntou-me: Nome o quê?
- Fictício !... E ele olhou pro canto:
Vou resolver pra você!
Voltou: Moço, num é aqui não
Feitiço é religião
Num é aqui, nada a vê!

Olhei pro céu e rezei
Falei pra Santa Constância
Que em todo canto que andei
Nunca vi tanta ignorância
Tive pena do Brasil
Nação de um povo gentil
... E de burro em abundância!...

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