sexta-feira, 12 de setembro de 2014

JOGO RÁPIDO


Não cala a voz do bêbado na esquina,
Ao desabafo infame apregoado;
Não cala o vagabundo em sua sina,
Na luta por um bem aquinhoado;

Não cala a boca livre no pecado,
Que a vida torpe abraça e lhe fascina...
É a trupe que o ditame determina,
Nos atos do agora ou do passado!

Mas, cruel, a insipidez do mau costume
Oculta-se em disfarce de perfume,
Ao despojar da vida o seu valor...

Desfere o golpe liso do seu gume
E faz calar a voz que sente a dor
...Na escuridão do leito, sem um lume!


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