sexta-feira, 28 de julho de 2017

IMAGENS DA VIDA (soneto hendecassílabo)











Lá vai o andarilho, alheio, pensante...
igual moribundo nos chãos do país!
Parece enxergar-se no verso que diz
‘não volte o olhar, siga em frente, vá adiante’!

− Pois cada um de nós tem seu lado distante −
concentra-se em si, perde a cor, o matiz;
de nada lhe importa se há feira ou feirante;
importa-lhe ‘andar’... é assim que é feliz!

Se é mágoa ou transtorno o que o faz ‘andar’ tanto,
se cala consigo uma dor... algum pranto...
ninguém saberá o porquê, a razão...

Naquela mochila vai tudo o que tem:
Seus ganhos e perdas... seus sonhos também!
− Não vive pro mundo, só usa o seu chão...!

sábado, 15 de julho de 2017

FAÇA DO HOJE o seu sempre (versos eneassílabos)













Vivamos o hoje, feito pra nós!
O ontem se foi... e longe se esconde...
Somos espectros do não sei donde
− assim diziam nossos avós!

Se fui vassalo, girando mós,
ou, em Sabugosa, marquês, visconde,
honras, se as tive, mandei de bonde
lá pra bem longe... pros cafundós!

− Hoje, eu sou o vento − que beija os pomos,
que sopra à noite no alto dos domos,
e que assobia lá nas janelas!

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Que os sonhos sejam alvissareiros,
lá no aconchego dos travesseiros
...e o amor entoe as canções mais belas!


segunda-feira, 3 de julho de 2017

AS HORAS DO TEMPO













Na esteira do tempo se vão nossos dias,
levando de nós um pedaço da vida...
As coisas mais simples se perdem vazias
na vida apressada, voraz e corrida!

As portas se fecham, começa a partida
nas dobras do tempo, sem sons, melodias...
Estreita-se o túnel, sem mais outras vias
e a esteira do tempo começa a subida!

Eternos seremos − espíritos somos −
voaremos alhures, acima dos domos,
quem sabe, ao lugar de onde um dia viemos...

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Façamos a vida feliz, mundo a fora!
Felizes façamos a todos de agora!
− As horas do tempo nós nunca sabemos!