sábado, 18 de novembro de 2017

VOYAGER - A Nave Terrestre













Nave feita de sonhos em etéreas lidas
singrando o infinito num vagar intenso
vai  deslumbrando a ótica de um mundo denso
vai desbravando o incógnito de tantas vidas

Sonhos de apelo incerto, de duras medidas
pintando um ponto móvel no Universo imenso!
Os nossos sons gravados são mãos estendidas,
pacíficas criaturas bafejando incenso!

Nave de sonhos feita, porta-voz da Terra,
silente e elegante a tua missão encerra
o perscrutar do homem ante a Natureza!

Se alguém lá tu encontrares, diz que somos gente,
que estamos progredindo, mas inda há indigentes...
E que, apesar de tudo... A Terra é uma Beleza!

sábado, 11 de novembro de 2017

"OVELHA TOSQUIADA"













Jurei não me meter mais em política!
...Mas vejo o povo não politizado;
e o povo que é assim... é comandado;
não posso me omitir de fazer crítica!

É hora de fazermos autocrítica;
mister se faz cortar o que há de errado;
há muito senador e deputado,
em horda sanguessuga e paralítica!

− Reduzam-se os salários dos políticos −
pois, pelos resultados analíticos,
mais ganham, mais usurpam o poder!

Quem paga esse salário é quem trabalha,
é o povo que labuta por migalha;
...e é “ovelha tosquiada” até morrer!



sexta-feira, 10 de novembro de 2017

O TEMPO NÃO VOLTA















De ti não guardo mágoa nem rancor;
se guardo alguma coisa é só lembrança,
aqui e ali lembrada em cada andança...
O tempo inda me presta esse favor!

As flores que plantaste inda têm cor,
as folhas têm o verde da esperança,  
os frutos saborosos, mais pujança
− assim como dizias − mais sabor!

O tempo corrigiu com maestria
os erros cometidos algum dia,
sem nunca perguntar-me o que eu achava!
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Erramos, por capricho ou desengano,
talvez precipitados, por engano...
...Ainda quando o barco navegava...!

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

DESABAFO NA VOLTA
















Brasil chorado em terras tão distantes!
...Vi olhos puxadinhos no oriente,
um povo organizado, muita gente!
Vi todos os sorrisos nos semblantes!

Eu vi os beijos quentes dos amantes,
bem longe, no país do sol-nascente;
vi gueixas em quimonos, fui presente
nas noites luminosas e vibrantes!

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Pasmei!... Todas as coisas bem cuidadas,
as ruas, os transportes, as calçadas!
Sofri... xinguei... lembrando o meu país,

que − rico e sem tremores e tsunamis −
padece, nas infâmias dos infames
políticos sem alma... torpes... vis!...

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

À LUZ DIFUSA














Não via passar o tempo ali contigo,
enquanto no teu mar eu me banhava.
Prostrado, qual em jugo, sem castigo,
rendia-me ao teu desejo e mais te amava!

Tu eras desse amor a bela escrava,
na alcova que era, à noite, o meu abrigo,
bem longe da tormenta e do perigo,
bem onde o amor rugia e em nós calava!

Meu barco, que era o tempo, então passou...
alado, fez-se ao mar e ali pousou,
nas ondas desse mar onde eu velejo!
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Assim, foi tudo um sonho à luz difusa;
a vela transformou-se em tua blusa
...E, ao fim... tu me acordaste com teu beijo!